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sábado, 8 de agosto de 2015

Eu e os Livros


Já aqui mencionei a minha relação bastante emocional com os livros. Nasci e cresci no Alentejo e desde cedo tive uma grande vontade para ler e escrever, ler permitia-me ter acesso a outros mundos, a sonhar e viajar.
Em criança ,o orçamento familiar não chegava para comprar livros e eu esperava ansiosamente pelo dia em que a Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian chegava. Se a memória não me falha era às quintas de 15 em 15 dias. Levantava o máximo, de livros, permitido (7 se bem me lembro) e adorava ficar na cama, durante o fim de semana, a ler, tanto de manhã depois do pequeno almoço, como ao adormecer.
Os 7 livros ficavam acabados no Domingo e daí era contar os dias até ao regresso da Biblioteca.

As férias de Verão eram passados na casa de Tias e lá namorava, eu, a estante dos livros. Lia tudo o que apanhava, mas o que guardo nas memórias mais doces, foram os livros de Júlio Dinis. Na adolescência da minha mãe este livros eram lidos ao serão para toda a família. Quando eu passei os meus Verões com eles, forrei-os, estimei-os e li-os com todo o gosto.

Apesar de ter lido maioritariamente livros emprestados tive alguns oferecidos. Verdadeiros tesouros para mim, que foram lidos e relidos tantas vezes. Sou capaz de recordar a história de cada um.
Aos poucos estes livros vão chegando cá a casa, e a felicidade que me dá ao ver a A. a lê-los.

Sou uma pessoa virada às tecnologias mas aqui não cedo, nada substitui esta passagem de testemunho e as memórias que um livro impresso nos dá. Adoro ver estantes cheias de livros e hoje é para mim um prazer (e um luxo vá) poder comprá-los.

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